ANTES DE LER É BOM SABER...

CONTATO: (Whatsapp) 84.99903.6081 - e-mail: luiscarlosfreire.freire@yahoo.com. Este blog - criado em 2008 - não é jornalístico. Fruto de um hobby, é uma compilação de escritos diversos, um trabalho intelectual de cunho etnográfico, etnológico e filológico, estudos lexicográficos e históricos de propriedade exclusiva do autor Luís Carlos Freire. Os conteúdos são protegidos. Não autorizo a veiculação desses conteúdos sem o contato prévio, sem a devida concordância. Desautorizo a transcrição literal e parcial, exceto breves trechos isolados, desde que mencionada a fonte, pois pretendo transformar tais estudos em publicações físicas. A quebra da segurança e plágio de conteúdos implicarão penalidade referentes às leis de Direitos Autorais. Luís Carlos Freire descende do mesmo tronco genealógico da escritora Nísia Floresta. O parentesco ocorre pelas raízes de sua mãe, Maria José Gomes Peixoto Freire, neta de Maria Clara de Magalhães Fontoura, trineta de Maria Jucunda de Magalhães Fontoura, descendente do Capitão-Mor Bento Freire do Revoredo e Mônica da Rocha Bezerra, dos quais descende a mãe de Nísia Floresta, Antonia Clara Freire. Fonte: "Os Troncos de Goianinha", de Ormuz Barbalho, diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, um dos maiores genealogistas potiguares. O livro pode ser pesquisado no Museu Nísia Floresta, no centro da cidade de nome homônimo. Luís Carlos Freire é estudioso da obra de Nísia Floresta, membro da Comissão Norte-Riograndense de Folclore, sócio da Sociedade Científica de Estudos da Arte e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Possui trabalhos científicos sobre a intelectual Nísia Floresta Brasileira Augusta, publicados nos anais da SBPC, Semana de Humanidade, Congressos etc. 'A linguagem Regionalista no Rio Grande do Norte', publicados neste blog, dentre inúmeros trabalhos na área de história, lendas, costumes, tradições etc. Uma pequena parte das referidas obras ainda não está concluída, inclusive várias são inéditas, mas o autor entendeu ser útil disponibilizá-las, visando contribuir com o conhecimento, pois certos assuntos não são encontrados em livros ou na internet. Algumas pesquisas são fruto de longos estudos, alguns até extensos e aprofundados, arquivos de Natal, Recife, Salvador e na Biblioteca Nacional no RJ, bem como o A Linguagem Regional no Rio Grande do Norte, fruto de 20 anos de estudos em muitas cidades do RN, predominantemente em Nísia Floresta. O autor estuda a história e a cultura popular da Região Metropolitana do Natal. Há muita informação sobre a intelectual Nísia Floresta Brasileira Augusta, o município homônimo, situado na Região Metropolitana de Natal/RN, lendas, crônicas, artigos, fotos, poesias, etc. OBS. Só publico e respondo comentários que contenham nome completo, e-mail e telefone.

sábado, 14 de dezembro de 2013

ESTÁTUAS DE NOSSA SENHORA DO Ó PELO BRASIL E PELO MUNDO - 36 VERSÕES DIFERENTES

 Em virtude das festividades religiosas e sociais, decorrentes desse momento de evocação ´Nossa Senhora do Ò, nada melhor que conhecer outras versões de suas imagens.
      Observe que Nossa Senhora do Ó, apesar de ser pintada ou esculpida com uma plasticidade diferente, em termos da indumentária que veste, detalhes e acessórios (uns simples, outros sofisticados, alguns toscos), percebe-se claramente tratar-se de uma mulher grávida, por isso também conhecida como Nossa Senhora da Expectação ou Nossa Senhora da Expectação do Parto, além do nome mais comum, que é Nossa Senhora do Ó. 
       Sejam imagens simples ou sofisticadas, evocam a Mãe de Jesus e, com certeza, foram edificadas com a intenção de prestar-Lhe culto àquela que está no Céu.

Veja alguns exemplos:





 































sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

ALGUMAS IGREJAS QUE TEM NOSSA SENHORA DO Ó COMO PADROEIRA



 IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó - NÍSIA FLORESTA - RIO GRANDE DO NORTE


        A Igreja de Nossa Senhora do Ó é a matriz da Paróquia de Paróquia de Nossa Senhora do Ó, pertencente à Arquidiocese de Natal e localizada em Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte. Teve sua construção iniciada em 1735, pouco tempo depois que o povoado, até então denominado  Papari ganhava suas primeiras ruas, mas as obras foram concluídas somente em 1755. 
      Há informação de que sua construção teve início em 1703, mas não há documento algum que possa comprovar. Em 1993 o padre João Batista Chaves da Rocha localizou um manuscrito, original, escrito por um sacerdote, datado do início do século XIX, informando que a sua construção teve início em 1735, cuja conclusão deu-se 1755. 
      Sabe-se que, de fato, a conclusão desse belo templo ocorreu lentamente, haja vista as condições sócio-econômicas de seus moradores, principalmente por tratar-se de uma obra desafiadora, a qual levava em boa parte de suas paredes e ornamentos, e em muitas de suas imagens, folhas de ouro. Na realidade a complementação de seu conjunto permaneceu ocorrendo até muito tempo depois. 
      Na administração do Cônego Rui Miranda houve uma grande reforma. A maior delas ocorreu sob os cuidados do Padre João Batista Chaves da Rocha, a partir de 1993, cujo templo ameaçava desabar. Nessa reforma houve um trabalho minucioso de restauração das características originais. Foram evidenciados detalhes, em ouro, cobertos sob sucessivas demãos de tintas, ocorridos ao longo de séculos. 
         Durante tal reforma houve uma descoberta que surpreendeu a todos, principalmente os mais antigos. Os pilares que sustentam a estrutura em madeira, na qual ficam os equipamentos musicais, tidos, durante séculos como sendo de alvenaria, foram revelados serem de madeira. Cada um é uma peça inteiriça de uma árvore, totalmente trabalhada a mão.
        O templo, em estilo barroco moderno, abriga diversas imagens de madeira, dos séculos XVIII e XIX, folheadas a ouro, além de outras de menor valor artístico, mas nem por isso sem importância histórica. A igreja também possui imagens antigas em gesso.
       Trata-se de uma das únicas - se não for a única - com maior acervo de indumentárias e assessórios pertencentes aos antigos vigários. São peças raras, de grande beleza, guardadas em móvel dos século XIX, aliás na sacristia há também verdadeiro museu de móveis em madeira de lei, piso de azulejo hidráulico, escultura em pedra-sabão feita pelo pai de Nísia Floresta, sob um lavabo atualmente em desuso.
        O templo possui sótãos com acesso às torres, sendo uma delas com um imenso sino do século XIX, de procedência pernambucana. Na realidade eram três, mas os demais, (menores) se despedaçaram ao longo do tempo, restando apenas fragmentos. Trata-se de uma construção erigida inteiramente de pedras, barro, fragmentos de conchas do mar e cinzas.
       Em 2004 o padre Inácio Henrique de Araújo Teixeira anexou elementos até então não existentes no templo original. Houve um grande burburinho na comunidade católica, pois a maioria não gostou. A Fundação José Augusto deslocou-se para o local, mas o serviço já havia sido concluído (detalhes sobre isso estão em outro título neste blog) Freire,L.C. (2008)".
 
FONTE: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3577679594411533918#editor/target=post;postID=3493339581975344295;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=1;src=postname
 

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó – SABARÁ – MINAS GERAIS



          A Igreja de Nossa Senhora do Ó, também chamada de Capela de Nossa Senhora do Ó e Capela do Ó, é um das edificações católicas construídas durante o século XVIII na cidade brasileira de Sabará.  É considerada por Germain Bazin "uma das criações mais requintadas da arte barroca", "um pequeno espaço que louva a glória da Rainha do Céu", apesar de ser pequena e singela por fora.
        Traços chineses, chamados de "chinesices", também são encontrados nesta capela, em painéis vermelhos com desenhos em ouro; ao lado de cada cruzeiro na talha dourada de painéis octogonais de fundo azul, nas figuras de pagodes e pássaros e personagens bíblicos com olhos puxados.  As pinturas da nave mostram narrações bíblicas, especialmente em relação a aparições marianas. As pinturas do teto mostram símbolos das ladainhas.
No altar-mor, aparece uma "das virgens mais delicadas que Portugal produziu no século XVIII".
     A talha em estilo D João V desta capela de 1773 ou 1792 é mais harmônica em comparação com a de outros templos mineiros da mesma época. O retábulo, arco-cruzeiro, entablamentos e molduras integram a mesma linguagem profusamente barroca, "se adequando ao gosto orientalizante do ambiente através da policromia em ouro, vermelho e azul". A luz suave chega somente da fachada e interfere no brilho interior, acentuando ou mostrando as figuras e detalhes de sua talha.
Sylvio de Vasconcellos cita que a capela é o "próprio ouro das Minas. Por fora, cascalho rude; por dentro o mais valioso metal. Por fora posta em modéstias; por dentro esplendendo em belezas"

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó – BAIRRO FREGUESIA DO Ó – SÃO PAULO


       Uma das primeiras igrejas construídas em São Paulo. Próprio bairro denominado Freguesia do Ó tem toda uma relação com o surgimento da igreja, como veremos. O Bairro teve início em 1580, quando o bandeirante Manuel Preto, se instalou numa fazenda, na Vila de São Paulo após 26 anos de sua fundação. 
       Manuel Preto e sua mulher, Águeda Rodrigues, após obterem despacho favorável em 29 de setembro de 1615, ao requerimento de provisão que fizeram, pelo motivo de não poderem cumprir suas obrigações religiosas na vila, juntamente com sua gente. Iniciaram nessa época a construção de uma capela dedicada à virgem sob a denominação de Nossa Senhora da Esperança ou da Expectação. 
       O nome do bairro originou-se devido à festa em que se recitavam as antífonas iniciadas com o vocativo "Ó", de vésperas, no breviário romano, na proximidade do natal. Em 1796, foi inaugurada a nova igreja dedicada à Virgem do Ó, construída onde hoje se situa o largo da matriz velha, e se tornou Paróquia pelo Alvará de Constituição de 15 de setembro de 1796, concedido pela Rainha de Portugal. 
       Essa igreja foi destruída em 1896, quando ao tentar espantar com fogo, um enxame de abelhas instaladas na torre, o sacristão a incendiou. A atual igreja matriz de Nossa Senhora do Ó foi inaugurada em 1901, construída em local próximo da anterior, na praça da matriz, que lembra muito uma cidadezinha do interior. Existem construções antigas, anteriores ao séc XX que permeadas das novas construções criam um misto de nostalgia e progresso.

IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó – IPIOCA – ALAGOAS – SÉCULO XVII



IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó – MATRIZ DE ANÇÃ – CANTANHEDE - PORTUGAL

           A Igreja de Nossa Senhora do Ó, Igreja Matriz de Ançã, dedicada a Nossa Senhora do Ó, situa-se em Ançã, Cantanhede, Portugal e deve o seu aspecto actual a duas fases importantes de obras, uma a do século XVII, muito provavelmente da época do exílio na vila do seu donatário, D. Álvaro Pires de Castro, político influente fiel ao deposto D. Afonço XVI, e a de finais do século XVIII e princípios do século XIX, por ocasião de um violento incêndio que muito a maltratou.
         Da primeira fase referida faz parte o bom portal maneirista, de dois pares de colunas coríntias sobrepujadas de volutas a estrutura de três naves desenhadas por duas séries arcadas suportadas por 4 colunas dóricas cada, cabeceira com três capelas, sendo a central, a capela-mor, elegantemente abobadada de caixotões calcáreos de boa factura, bem como os arcos triunfais de 4 das 5 capelas laterais.
         Uma parte significativa da imaginária vem também dessa época, a saber os São Pedro e São Paulo da Capela Mor, de Pedra de Ançã, executando a nível médio o estilo da escola de João de Ruão, e ainda dois "calvários" ao mesmo estilo, um dos quais na Capela Baptismal; refira-se ainda um São João Batista clássico naquele mesmo estilo, na linha do da Porta Especiosa da Sé Velha de Coimbra.
      Da segunda fase de obras, vêm-nos o coroamento da fachada, elegante, muito bem pensado para o portal referido, com um grande janelão central e dois mais pequenos laterais, a corresponderem às três naves—o facto de a campanha ter sido ordenada por D. Francisco de Lemos, bispo de Coimbra e reformador da Universidade e a qualidade do risco ocasionaram já a hipótese de o seu autor ser Manuel Alves Macamboa, mestre ao serviço da Universidade por aquela altura; o excepcional ratábulo mor, em Pedra de Ançã, em tudo semelhante aos melhores exemplares do estilo joanino praticado na região centro sempre em madeira estofada e dourada, como aliás na esmagadora maioria do território nacional.
       Entre as capelas laterais encontram-se bons exemplares de talha dourada dos século XVII e XVIII e imaginária correspondente. Mas deve destacar-se entre toda a imaginária a de Nossa Senhora com o Menino, do século XV, seguramente da oficina e mão, a julgar pela homogeneidade e qualidade da execução, de Mestre Afonso, outrora conhecido como mestre das Alhadas, cuja obra de referência mais importante é a Adoração do Cordeiro Místico do Museu Machado de Castro. Foi classificada como Imóvel de Interesse Público, em 1983.


IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó – ILHA DE MOSQUEIRO - PARÁ



      A igreja como templo é um marco histórico: o ponto inicial de um núcleo de civilização, em torno do qual a vida vai ter o seu curso. É também o elo entre o mundo terreno e o espiritual, tão importante no desenvolvimento de uma ideologia poderosíssima, capaz de mudar os costumes e os destinos.
        Assim, surgiu a pequena povoação no sudoeste da ilha: a humilde capela da Confraria de Nossa Senhora do Ó (a busca de Deus); a praça (reunião e diversão); o comércio (o trabalho) e, por trás do singelo templo, o cemitério, porque a morte está ao lado da vida. Isso antes, muito antes de ser criada a Freguesia, num tempo em que o povoado era apenas um pobre vestígio em meio à exuberante natureza tropical.
     Era o dia 10 de outubro de 1868, quando o Primeiro Vice-Presidente do Grão-Pará, Cônego Manuel José de Siqueira Mendes, assinou a Lei Provincial nº 563 criando a Freguesia do Mosqueiro, e a antiga ilha de Santo Antônio ficaria sob a proteção de Nossa Senhora do Ó. Nessa lei, o Governo da Província determinara que a capela fosse avaliada para desapropriação, assim como o cemitério, e a Irmandade cedeu o pequeno templo que se transformaria na Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora do Ó. Mais tarde, o cemitério foi desativado e transferido para outro local.


IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó – VALENÇA – PIAUÍ – 270 ANOS





IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó - ICÓ - CEARÁ



       Primeira construção edificada na cidade de Icó, por volta de 1709. Época de grandes agitações e bravas lutas, entre as famílias, Montes e Feitosas, que com prestígios e bravura defendiam suas terras. Por ocasião de uma destas lutas, a filha do coronel Francisco Monte e Silva, foi assassinada. A esposa deste bravo pioneiro, sensibilizada por sepultar sua filha em pleno campo doou 1 légua de terra e mandou erigir uma capelinha para servir de túmulo a sua filha, sob invocação de Nossa Senhora do Ó. 
       Também por essa época, o lugar antes chamado Icó dos Montes passou a ser conhecido como Arraial, depois Sítio Nossa Senhora do Ó. Hoje a capelinha que serviu de túmulo para os dominantes daquela época, é a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Expectação. Duas grandes reformas sofreu a capela para se tornar a então matriz de hoje, uma em 1785 e outra em 1911.
      No ano de 2000 a Igreja Matriz foi restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, e devolvida à comunidade local em 15 de abril e 2000. A sua padroeira é Nossa Senhora da Expectação. Faz parte do Patrimônio Histórico Nacional.


IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó – PARIPE – BAHIA – SÉCULO XVI

Ruínas do antigo templo


Templo atual (Moderno)
       A primitiva igreja de Nossa Senhora do Ó, em Paripe, foi construída no século XVI. Sabe-se que já existia em 1587, pois foi citada em documento pelo senhor de engenho Gabriel Soares de Souza ao rei da Espanha. A Paróquia foi fundada em 1608 pelo vigário Estêvão Fernandes. O templo atual é recente.
IGREJA DE NOSSA SENHORA DO Ó – IPOJUCA - PERNAMBUCO
        A Igreja de Nossa Senhora do Ó está localizada no município do Ipojuca, no distrito do mesmo nome, situada a 11 km da sede municipal.Segundo a tradição, o atual distrito é a Vila mais antiga do que a cidade, datando do século XVI, quando as terras pertencentes aos indígenas foram tomadas e seus donos escravizados por elementos das famílias Cavalcante, Rolim, Lacerda, Acioli e Moura, que, com a ajuda dos negros africanos, constituíram Engenhos e desenvolveram os canaviais.  Logo levantaram uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Ó que, no século XVII, se tornou freguesia.Devido a sua localização a estrutura arquitetônica, a Igreja de Nossa Senhora do Ó que pertencia a Paróquia de São Miguel, foi considerada Paróquia pela necessidade de um melhor atendimento pastoral aos fiéis da Arquidiocese após o Decreto de Ereção Canônica assinado pelo então Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Olinda e Recife Dom José Cardoso Sobrinho.
IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó - SERRA NEGRA – RIO GRANDE DO NORTE


O professor serranegrense Vergniaud Monteiro pesquisou e escreveu sobre a Matriz de Serra Negra: “A primeira Capela fora fundada em 24 de agosto de 1735, por Manoel Pereira Monteiro e filhos. (...). Em 1774 eles mandaram demolir a Capela e erigi-la em outro lugar, com bases mais sólidas. Manoel Pereira Monteiro informava aos Revmos Cônegos que queria erigir uma Capela para invocação a Nossa Senhora do Ó, mudando-a para o lugar decente. Com os filhos mandaram vir de Portugal os artistas João Isidoro que foi quem traçou o plano da igreja, vindo também Tomás de Aquino que foi o mestre das pinturas e dos desenhos. E assim puderam edificar nova Capela que passou depois a ser a Matriz, esta que vemos hoje. O presidente da província Dr. Antônio Mardelino Nunes Gonçalves sancionou a Lei 106 de 1º de dezembro de 1858, criando a Freguesia de Nossa Senhora do Ó de Serra Negra. A vigésima quinta do Rio Grande do Norte.”
Como já foi dito anteriormente, a primeira capela de Serra Negra teve início a 24 de agosto de 1735 e demolida no ano de 1774 para ser substituída por “uma Capela para invocação a Nossa Senhora do Ó, mudando-a para o lugar decente”. A conclusão dessa nova igreja deu-se em 1781, mas só foi elevada a Paróquia em 1858, 77 anos depois.Sobre a imagem de Nossa Senhora do Ó, que existiu na Matriz de Serra Negra e que foi roubada em 22 de julho de 1974, teria sido uma doação feita pelo Tte. Cel. Francisco Antônio de Medeiros (Chico Antônio da Fazenda Umari na ribeira do rio Quipauá-Seridó) em sinal de regozijo pelo fato do seu filho Padre Sebastião Constantino de Medeiros, haver sido designado vigário da freguesia de Nossa Senhora do Ó, de Serra Negra. A imagem em questão foi adquirida em Portugal e custou na época 200$000 (duzentos mil réis).

OS PRIMEIROS PADRES

Manoel Pereira Monteiro tinha dois filhos padres: Fernando e João Pereira Monteiro Sarmento. Foram eles os primeiros sacerdotes que a Capela de Serra Negra teve. Esses dois personagens tiveram destinos diferentes: Fernando pediu dispensa da Igreja e casou em Pombal criando a família Fernandes daquela localidade e João, depois de uma esquizofrenia prolongada, criando muitos problemas para família, faleceu em Serra Negra.
A relação dos párocos encontrada inicia com a criação da paróquia. Sobre os padres que atuaram antes, na primeira capela, não foi encontrado nenhum registro. Com certeza os primeiros foram aqueles dois filhos de Manoel Pereira Monteiro (padre João Pereira Monteiro Sarmento e o irmão Padre Fernando Pereira Monteiro), ordenados em Olinda e com segurança pode-se afirmar que foram eles quem orientaram para a nova igreja ser edificada para a invocação de Nossa Senhora do Ó.
A seguir os nomes dos padres, em número de 49, que ocuparam essa freguesia, desde quando ela foi elevada a categoria de Paróquia (1858), até o ano de 1999: Pe. Manoel José Ferreira (1859-1860); Pe. Manoel Salviano de Medeiros (1860-1871); Pe. Sebastião Constantino de Medeiros (1871-1872); Pe. Jovino Costa Machado (1873); Pe. Aurélio Marques da Silva Guimarães (1874-1875); Pe. Manoel Salviano de Medeiros (1875-1876); Pe. João Rodrigues da Costa (1876-1877); Pe. Manoel Salviano de Medeiros (1877-1902); Pe. Emídio Cardoso (1902-1905); Pe. Manoel Marcelino de Brito (1905-1909); Pe. Emídio Cardoso (1909-1910); Pe. João Batista de Albuquerque (1910); Pe. João Alfredo da Cruz (1910); Pe. Belisário Dantas (1910); Pe. João Neves de Sá (1910-1912); Pe. Antônio Brilhante de Alencar (1912); Pe. José Neves de Sá (1912-1914); Pe. Misael de Carvalho (1914-1915); Pe. José Neves de Sá (1915-1917); Con. Celso Cicco (1917-1920); Pe. Natanael Ergias de Medeiros (1921-1922); Con. Celso Cicco (1923-1924); Pe. Carlos Theisen M.S.F (1926-1927); Pe. Domingos Kunrren M.S.F. (1926-1927); Pe. Geraldo Van Der Geid (1926-1927); Belisário Dantas (1927-1928); Con. Celso Cicco (1928); Pe. Natanael Ergias de Medeiros (1928-1930); Pe. Bianor Emílio Aranha (1931); Pe. Luiz Teixeira de Araújo (1932-1935); Pe. Luiz Monte (1935-1936); Pe. Walfredo Dantas Gurgel (1936-1940); Pe. Esmerino Gomes da Silva (1940-1941); Pe. Mário Eugênio Damasceno (1941-1943); Frei Odorico O.F.M (1944); Frei Rufino Ublannander O.F.M. (1944); Pe. Manoel da Costa (1944-1945); Pe. Aderbal Vilar (1945-1947); Pe. Sinval Laurentino de Medeiros (1947-1951); Pe. Daniel Touw C.M. (1951-1954); Pe. Deoclides de Brito Diniz (1954-1957); Pe. Ernesto da Silva Espíndola (1957); Pe. Antônio Balbino de Araújo (1958-1960); Pe. Antenor Salvino de Araújo (1960-1967); Con. João Agripino Dantas (1967-1996); Pe. Waldir Waldik de Araújo Dantas (1996-1998); Pe. Everaldo Araújo de Lucena (1998-1999); Pe. José Erivan Primo (1999).

A FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO Ó

A Freguesia de Nossa Senhora do Ó de Serra Negra surgiu em decorrência de mais uma divisão da Freguesia da Gloriosa Senhora de Sant'Anna, tendo como origem a capela sob sua invocação construída na Fazenda Serra Negra em 1781. Desde 1728, Manuel Pereira Monteiro, proprietário dessa fazenda, já habitava essas terras; atribuindo-se ao mesmo a fundação da povoação (origem da atual cidade de Serra Negra do Norte). O topônimo do lugar relaciona-se à “impressão da primitiva vegetação, vista à distância escurecendo, pela espessura, o contorno serrano”.
Os limites da Freguesia de Nossa Senhora do Ó foram assim estabelecidos: “Artigo 2º. (...) pelo nascente o Rio Sabugi, desde a barra do riacho Quixeré e dahia para cima até o fim da Freguesia do Seridó com todas as suas águas; ao Norte até a barra do Rio Piranhas com suas águas, inclusive as fazendas Saúde e Volta situadas no riacho da Cachoeira; Ao Poente e Sul a contestar com as fazendas do Pombal e Santa Luzia da Província da Parahiba..” (texto extraído do livro SERIDÓ NORTE-RIO-GRANDENSE de Ione Rodrigues Diniz Morais – Caicó/RN – Ed. do autor – 2005.)


O PATRIMÔNIO DA SANTA

O pioneiro Manoel Pereira Monteiro e sua esposa Tereza Tavares de Jesus, fizeram uma doação de meia légua de terra, começando no “Olho d'agua do Boquirão”, riacho do Bangüê, buscando para o poente, até se inteirar a dita meia légua de terra, para o patrimônio de Nossa Senhora do Ó. E doou mais um touro e seis vacas. O despacho teve a data de 15 de novembro de 1735 e fora dado por Dom José Fialho, bispo de Pernambuco, mandando que o cura de Piancó benzesse a capela, estando esta acabada e paramentada na forma das instituições. O tabelião que lavrou a escritura foi o sr. Felix Gomes Franco.
Aos 19 de janeiro de 1764, na fazenda Serra Negra, ribeira do Espinharas, termo da Nova Vila de Pombal, o Capitão-Mor Francisco Pereira Monteiro (filho do pioneiro Manoel Pereira Monteiro), morador da fazenda Arapuá, autorizava o tabelião Antônio Gonçalves de Melo a lavrar uma escritura de doação de terra, feita em favor de Nossa Senhora do Ó, a começar do Riacho Fundo, onde hoje mora Bernardinho Pereira de Brito, pelo rio acima até o Poço do Trapiá, tudo para lado do poente, ficando o doador, enquanto vida tivesse, como administrador das terras que doasse.
O Dr. Antônio Pereira de Castro, na sentença que julgou o Patrimônio, dada em Olinda a 4 de novembro de 1764, só considerou bastante, porque o doador ia entregar mais cento e vinte mil réis, e, anualmente, daria seis mil rés para ornato da capela.

VEJA SÓ, ATÉ UM FÓRUM TEM O NOME DE NOSSA SENHORA DO Ó, VEJA QUE CURIOSO!
        Esse fórum está situado em São Paulo - SP. Não deixa de ser curioso, se levarmos em conta aquela história que o Estado é laico. Mas, cá para nós, além de curiosa, muito providencial a homenagem!!!!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

História de Nossa Senhora do Ó

HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DO Ó


“Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. E iam todos recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Também José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, a cidade de David, chamada Belém, por ser casa e linhagem de David, a fim de recensear-se com Maria, sua mulher, que se encontrava grávida”. Evangelho de S. Lucas.

Sendo assim, Maria, no fim da sua gravidez, teve de enfrentar uma difícil viagem de cerca de 120 Kms., atravessando toda a Palestina, o que, mesmo montada num burrinho, como reza a tradição, lhe deve ter sido extremamente penosa. Se juntarmos a isto o facto de não ter encontrado um abrigo decente, e de ter dado à luz sozinha num palheiro, temos de admitir que os últimos dias da gravidez de Maria não foram nada fáceis para Ela, e justificam plenamente a devoção dedicada à Sua imagem de grávida, pelas mulheres à espera da hora do parto.

De todas as imagens da Virgem, são exactamente as da Senhora do Ó, também chamada de Senhora da Expectação, e da Senhora do Leite, as minhas preferidas, porque A mostram em toda a sua plenitude de Mulher. E essa Mulher está apenas a quatro dias de dar à luz o Seu Filho, tendo apenas um burro e uma vaca para A ajudarem a aquecê-lO nas palhas da manjedoura que lhe servirá de berço!
A 18 de Dezembro celebrou-se a festa de Nossa Senhora do Ó, assim denominada pelo facto de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”.

Esta celebração teve o seu início em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugénio, que estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro, (antes era festejada a 8 de Março). Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.

No entanto, o Padre António Vieira, no seu “Sermão de Nossa Senhora do Ó ”, dá-nos a seguinte explicação:

“A figura mais perfeita e mais capaz de quantas inventou a natureza, e conhece a geometria é o círculo. Circular é o globo da terra, circulares as esferas celestes, circular toda esta máquina do universo, que por isso se chama orbe, e até o mesmo Deus, se sendo espírito pudera ter figura, não havia de ter outra, senão a circular. O certo é que as obras sempre se parecem com seu autor; e fechando Deus todas as suas dentro em um círculo, não seria esta ideia natural, se não fora parecida à sua natureza... (…) Estes são os dois maiores círculos que até o dia da Encarnação do Verbo se conheceram; mas hoje nos descreve o Evangelho outro círculo, em seu modo maior. O primeiro círculo, que é o mundo, contém dentro em si todas as coisas criadas; o segundo, incriado e infinito, que é Deus, contém dentro em si o mundo; e este terceiro, que hoje nos revela a fé, contém dentro em si ao mesmo Deus… (…) Nove meses teve dentro em si este círculo a Deus, e quem poderá imaginar que, estando cheio de todo Deus, ainda ali achasse o desejo, capacidade e lugar para formar outro círculo? Assim foi, e este novo círculo, formado pelo desejo, debaixo da figura e nome de O, é o que hoje particularmente celebramos na expectação do parto já concebido: Ecce concipies et paries. De um e outro círculo travados entre si, se comporá o nosso discurso, concordando — que é a maior dificuldade deste dia — o Evangelho com o título da Festa, e o título com o Evangelho. O mistério do Evangelho é a Conceição do Verbo no ventre virginal de Maria Santíssima; o título da Festa é a Expectação do parto e desejos da mesma Senhora, debaixo do nome do O. E porque o O é um círculo, e o ventre virginal outro circulo, o que pretendo mostrar em um e outro é que, assim como o círculo do ventre virginal na Conceição do Verbo foi um O que compreendeu o imenso, assim o O dos desejos da Senhora na expectação do parto foi outro circulo que compreendeu o Eterno...”
“Para Vieira, o mistério da Santíssima Trindade está contido na letra “O”. E o grande milagre que ele celebra neste sermão é a indagação de, como um círculo tão pequeno (o útero de Maria), pôde guardar a vida de um ser tão importante, que é o filho de Deus. Não poderia haver, então, figura mais perfeita para representar o ventre, do que o útero de uma grávida. “Padre António Vieira “Sermão de Nossa Senhora do Ó”.

Em Portugal, o seu culto, bastante difundido, ter-se-ia iniciado em Torres Novas (SANTA MARIA, Frei Agostinho de. Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo. Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda (devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187, por ter sido encontrada numas grutas que o rei mandou escavar para fazer os alicerces do castelo) ou, a partir de 1212, quando se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é descrita pelo mesmo autor como:

"É esta santa imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho."

A imagem de Nossa Senhora do Ó apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre avantajado, em fase final de gravidez, mas no Museu de Lamego encontra-se uma imagem do sec. XIV, que tem a mão direita no ventre, ao contrário do que é habitual. A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada. Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida. No Museu da Catedral de Santiago de Compostela encontra-se uma Virgem do Ó, possivelmente oferecida pela Rainha Santa Isabel, quando ali se deslocou como peregrina em 1325.

No livro de horas do rei D. Duarte, provavelmente oferecido por sua irmã D. Isabel, duquesa de Borgonha, havia uma iluminura representando a Senhora da Expectação.
No sec. XIX porém, o dogma da Imaculada Conceição afastou dos altares a imagem da Virgem do Ó com o seu ventre proeminente, tão da devoção das gestantes, sendo substituída pela Senhora do Bom Parto, habitualmente vestida de freira e apresentando já o Menino. As imagens afastadas foram enterradas ou vestidas com trajes largos, usando um avental ou escapulário para disfarçar a gravidez, voltando novamente a falar-se delas apenas no sec. XX.